Analfabetismo e Pessoa com Deficiência
Em  um mundo cheio de incertezas, o homem está sempre em busca de sua  identidade e almeja se integrar à sociedade na qual está inserido. Há,  no entanto, muitas barreiras para aqueles que são portadores de  deficiência, em relação a este processo de inclusão. Geralmente, as  pessoas com deficiência ficam à margem do convívio com grupos sociais,  sendo privados de uma convivência cidadã.
No  Censo Demográfico de 2000 um contingente de 171.668 pessoas de 15 anos  ou mais se declararam com algum tipo de deficiência física e/ou mental.
A  taxa de analfabetismo para a população com deficiência (22,7%) era  quase sete vezes maior que a mesma taxa para a população sem qualquer  deficiência ou dificuldade física e/ou mental.
Ou  seja, mais de um quinto das pessoas com deficiência não tiveram acesso à  escola ou dela saíram sem aprender a ler e escrever.Por outro lado,  16,8% das pessoas com deficiência conseguiram ingressar na escola e  alfabetizar-se, ainda que não tenham completado quatro anos de estudo.  Em suma, a presença de deficiência é uma variável importante para a  situação de analfabetismo.
Braille
No  entanto, além das dificuldades cognitivas inerentes à deficiência  física e/ou mental, é possível supor outros fatores que concorrem para a  situação de analfabetismo da pessoa com deficiência, entre eles o  despreparo do próprio sistema escolar para a efetiva implementação da  política de inclusão de alunos com necessidades especiais.
No  Brasil, existem três milhões de crianças e adolescentes portadores de  necessidades especiais, ou seja, 4,7% do total da população com idade  entre 0 e 14 anos. Enquanto para eles a taxa de analfabetismo chega a  22,4%, as crianças sem deficiências, nessa mesma faixa etária, somam  11,7%, segundo dados do Relatório Situação da Infância Brasileira 2004,  divulgada pela UNICEF, com base no Censo 2000 do IBGE (Instituto  Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para  se ter uma idéia, a criança portadora de deficiência tem quatro vezes  mais possibilidade de não ser alfabetizada na adolescência, se comparada  com as crianças sem deficiência. Elas não precisam apenas ser  alfabetizadas, mas também de escolas que tenham classes regulares onde  os portadores estejam juntos com as outras crianças, ou seja, de uma  educação inclusiva.
Desde  2001, o Conselho Nacional de Educação definiu que todas as crianças têm  o direito de estudarem juntas, independentemente de suas diferenças, ou  de credo, cor e raça. Mas, antes dessa definição, grande parte das  crianças portadoras de necessidades especiais eram encaminhadas a  centros educacionais especializados. E, depois, eram matriculados em  escolas ou classes separadas, organizadas de acordo com o tipo da  deficiência do aluno.
Para  muitos especialistas na área, construir uma escola inclusiva no Brasil  não é uma tarefa fácil. Além dos obstáculos como baixa qualidade no  ensino, baixo salário dos professores e falta de infra-estrutura, é  preciso transpor obstáculos como o preconceito porque isso atrapalha o  seu crescimento.
Material didático adaptado
Segundo  o representante de projetos de educação do Unicef, Silvio Kaloustian, a  inclusão escolar é uma ação pedagógica, que propõe a abertura das  escolas às diferenças. “As escolas  regulares devem admitir todos os alunos, tratá-los como seres  singulares, promover uma aprendizagem cooperativa e ter foco na formação  e currículos adaptados com base sócio cultural”, conta Kaloustian.
“A  escola inclusiva não só estimula os alunos com deficiência, como também  prepara outras crianças para conviver com as diferenças”.
Em  diversos locais do país, experiências inclusivas têm sido adotadas por  diversas escolas e instituições sociais. Essas experiências têm mostrado  que é possível realizar a alfabetização dessas crianças em classes  regulares com os demais alunos. Segundo o Ministério da Educação (MEC),  até o ano de 2006, todas as escolas do país deveriam ser inclusivas.  Para isso o MEC pretendia acabar com a divisão do ensino regular com o  ensino especial.
Um dos grandes incentivos para vencer essas barreiras é o apoio familiar. O da comunidade também é fundamental porque ajuda a eliminar diversas barreiras, entre elas o preconceito.
“Não se inclui o menino ou menina dentro da sala de aula se o mesmo não ocorre fora





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