sexta-feira, 22 de outubro de 2010

 Brasil tem 16 milhões de analfabetos

O Brasil tem atualmente cerca de 16 milhões de analfabetos e metade deste número está concentrada em menos de 10% dos municípios do país, mostrou uma pesquisa divulgada hoje pelo Ministério da Educação (MEC). Para o MEC, apesar de não serem inéditos, os dados do "Mapa do Analfabetismo" são "alarmantes". No Brasil existem 16,295 milhões de pessoas incapazes de ler e escrever pelo menos um bilhete simples. Levando-se em conta o conceito de "analfabeto funcional", que inclui as pessoas com menos de quatro séries de estudo concluídas, o número salta para 33 milhões. Em apenas 19 das 5.507 cidades brasileiras o total da população frequentou a escola por pelo menos oito anos. O estudo, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), indica que aproximadamente oito milhões de analfabetos do país se concentram em 586 cidades brasileiras, com as maiores taxas aparecendo nas capitais. Só na cidade de São Paulo, campeã em números absolutos, são mais de 383 mil pessoas. No Rio de Janeiro, são quase 200 mil.
O município de Jordão, no Acre, lidera a taxa de iletrados: 60,7% de seus 4,45 mil habitantes não sabem ler ou escrever. Em Guaribas, no Piauí, a cidade-piloto do programa Fome Zero, a população tem a menor média de anos escolares cursados do país - um ano e um mês.
Na ponta oposta, a cidade de São João do Oeste, em Santa Catarina, tem a menor taxa de analfabetismo, com apenas 0,9% dos 5,78 mil habitantes iletrados. Niterói, no Rio de Janeiro, aparece com a maior média de anos de estudo, 9,5, superando o mínimo de oito anos do ensino fundamental.
A concentração de analfabetos em grandes cidades, segundo o Ministério, poderia ser uma vantagem para o trabalho das equipes de alfabetizadores, devido às facilidades de transporte e infra-estrutura que não existem na zona rural, por exemplo. Mas o secretário especial para Erradicação do Analfabetismo, João Luiz de Carvalho, diz que existem controvérsias sobre esta tese. "Se por um lado São Paulo tem as facilidades que tem, por outro falta tempo e disposição para educar", afirmou Carvalho. "Nas grandes cidades ninguém tem tempo para nada".
No começo do ano, a meta determinada pelo governo era de alfabetizar 3 milhões de pessoas em 2003, com um orçamento de R$ 278 milhões. Mas convênios do MEC com municípios, Estados e organizações não-governamentais poderiam alcançar este ano até 4,2 milhões de pessoas atualmente analfabetas, se houver fundos. "Agora temos que correr atrás do dinheiro", disse o secretário.
A pesquisa sobre o analfabetismo no país utilizou dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Analfabetismo e Pessoa com Deficiência


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Em um mundo cheio de incertezas, o homem está sempre em busca de sua identidade e almeja se integrar à sociedade na qual está inserido. Há, no entanto, muitas barreiras para aqueles que são portadores de deficiência, em relação a este processo de inclusão. Geralmente, as pessoas com deficiência ficam à margem do convívio com grupos sociais, sendo privados de uma convivência cidadã.
No Censo Demográfico de 2000 um contingente de 171.668 pessoas de 15 anos ou mais se declararam com algum tipo de deficiência física e/ou mental.
A taxa de analfabetismo para a população com deficiência (22,7%) era quase sete vezes maior que a mesma taxa para a população sem qualquer deficiência ou dificuldade física e/ou mental.
Ou seja, mais de um quinto das pessoas com deficiência não tiveram acesso à escola ou dela saíram sem aprender a ler e escrever.Por outro lado, 16,8% das pessoas com deficiência conseguiram ingressar na escola e alfabetizar-se, ainda que não tenham completado quatro anos de estudo. Em suma, a presença de deficiência é uma variável importante para a situação de analfabetismo.
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Braille
No entanto, além das dificuldades cognitivas inerentes à deficiência física e/ou mental, é possível supor outros fatores que concorrem para a situação de analfabetismo da pessoa com deficiência, entre eles o despreparo do próprio sistema escolar para a efetiva implementação da política de inclusão de alunos com necessidades especiais.
No Brasil, existem três milhões de crianças e adolescentes portadores de necessidades especiais, ou seja, 4,7% do total da população com idade entre 0 e 14 anos. Enquanto para eles a taxa de analfabetismo chega a 22,4%, as crianças sem deficiências, nessa mesma faixa etária, somam 11,7%, segundo dados do Relatório Situação da Infância Brasileira 2004, divulgada pela UNICEF, com base no Censo 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para se ter uma idéia, a criança portadora de deficiência tem quatro vezes mais possibilidade de não ser alfabetizada na adolescência, se comparada com as crianças sem deficiência. Elas não precisam apenas ser alfabetizadas, mas também de escolas que tenham classes regulares onde os portadores estejam juntos com as outras crianças, ou seja, de uma educação inclusiva.

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Desde 2001, o Conselho Nacional de Educação definiu que todas as crianças têm o direito de estudarem juntas, independentemente de suas diferenças, ou de credo, cor e raça. Mas, antes dessa definição, grande parte das crianças portadoras de necessidades especiais eram encaminhadas a centros educacionais especializados. E, depois, eram matriculados em escolas ou classes separadas, organizadas de acordo com o tipo da deficiência do aluno.
Para muitos especialistas na área, construir uma escola inclusiva no Brasil não é uma tarefa fácil. Além dos obstáculos como baixa qualidade no ensino, baixo salário dos professores e falta de infra-estrutura, é preciso transpor obstáculos como o preconceito porque isso atrapalha o seu crescimento.
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Material didático adaptado
Segundo o representante de projetos de educação do Unicef, Silvio Kaloustian, a inclusão escolar é uma ação pedagógica, que propõe a abertura das escolas às diferenças. “As escolas regulares devem admitir todos os alunos, tratá-los como seres singulares, promover uma aprendizagem cooperativa e ter foco na formação e currículos adaptados com base sócio cultural”, conta Kaloustian.
A escola inclusiva não só estimula os alunos com deficiência, como também prepara outras crianças para conviver com as diferenças”.
Em diversos locais do país, experiências inclusivas têm sido adotadas por diversas escolas e instituições sociais. Essas experiências têm mostrado que é possível realizar a alfabetização dessas crianças em classes regulares com os demais alunos. Segundo o Ministério da Educação (MEC), até o ano de 2006, todas as escolas do país deveriam ser inclusivas. Para isso o MEC pretendia acabar com a divisão do ensino regular com o ensino especial.
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Um dos grandes incentivos para vencer essas barreiras é o apoio familiar. O da comunidade também é fundamental porque ajuda a eliminar diversas barreiras, entre elas o preconceito.
“Não se inclui o menino ou menina dentro da sala de aula se o mesmo não ocorre fora
Analfabetismo Funcional
Uma triste realidade de nosso país...


Pessoa-escrevendo
A UNESCO define analfabeto funcional como toda pessoa que sabe escrever seu próprio nome, assim como lê e escreve frases simples, efetua cálculos básicos, porém é incapaz de interpretar o que lê e de usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas, impossibilitando seu desenvolvimento pessoal e profissional. Ou seja, o analfabeto funcional não consegue extrair o sentido das palavras, colocar idéias no papel por meio da escrita, nem fazer operações matemáticas mais elaboradas.
No Brasil, o índice de analfabetismo funcional é medido entre as pessoas com mais de 20 anos que não completaram quatro anos de estudo formal. O conceito, porém, varia de acordo com o país . Na Polônia e no Canadá, por exemplo, é considerado analfabeto funcional a pessoa que possui menos de 8 anos de escolaridade.
Segundo a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, mais de 960 milhões de adultos são analfabetos, sendo que mais de 1/3 dos adultos do mundo não têm acesso ao conhecimento impresso e às novas tecnologias que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajudá-los a adaptar-se às mudanças sociais e culturais.
De acordo com esta declaração, o analfabetismo funcional é um problema significativo em todos os países industrializados e em desenvolvimento. No Brasil, 75% das pessoas entre 15 e 64 anos não conseguem ler, escrever e calcular plenamente. Esse número inclui os 68% considerados analfabetos funcionais e os 7% considerados analfabetos absolutos, sem qualquer habilidade de leitura ou escrita. Apenas 1 entre 4 brasileiros consegue ler, escrever e utilizar essas habilidades para continuar aprendendo.
Mas como resolver essa situação? Como baixar esses números alarmantes? Sem dúvida nenhuma que a educação é o caminho. Alfabetizar mais crianças com melhor qualidade. Essa é a questão: qualidade e não quantidade.
Infelizmente, hoje vemos que o Brasil optou pela quantidade a qualquer custo.
E o resultado disso é a enorme quantidade de analfabetos funcionais com diploma. O nosso país deveria se esforçar em alfabetizar com qualidade. Não é aumentando para 9 anos o Ensino Fundamental que a qualidade do ensino irá melhorar.
Também não é ampliando o horário escolar que teremos o problema resolvido.
Se os alunos não forem incentivados à leitura, a atividades que trabalhem com inteligência, pensamento lógico e capacidade de relacionar temas diferentes, nenhum esforço do governo será válido.
Também não devemos nos esquecer dos professores. Melhoria nos cursos de formação dos docentes, remuneração adequada, capacitação continuada, etc. Dá trabalho, é verdade, mas o investimento na qualidade da educação é a única forma capaz de reverter esse quadro educacional brasileiro tão triste!!
Analfabeto funcional é a denominação dada à pessoa que, mesmo com a capacidade de decodificar minimamente as letras, geralmente frases, sentenças, textos curtos e os números, não desenvolve a habilidade de interpretação de textos e de fazer as operações matemáticas. Também é definido como analfabeto funcional o individuo maior de quinze anos e que possui escolaridade inferior a quatro anos, embora essa definição não seja muito precisa, já que existem analfabetos funcionais com nível superior de escolaridade.

Níveis de alfabetização funcional

Existem três níveis distintos de alfabetização funcional, a saber:
  • Nível 1, também conhecido como alfabetização rudimentar, concebe aqueles que apenas conseguem ler e compreender títulos de textos e frases curtas; e apesar de saber contar, têm dificuldades com a compreensão de números grandes e em fazer as operações aritméticas básicas.
  • Nível 2, também conhecido como alfabetização básica, concebe aqueles que conseguem ler textos curtos, mas só conseguem extrair informações esparsas no texto e não conseguem tirar uma conclusão a respeito do mesmo; e também conseguem entender números grandes, conseguem realizar as operações aritméticas básicas, entretanto sentem dificuldades quando é exigida uma maior quantidade de cálculos, ou em operações matemáticas mais complexas.
  • Nível 3, também conhecido como alfabetização plena, concebe aqueles que detêm pleno domínio da leitura, escrita, dos números e das operações matemáticas (das mais básicas às mais complexas).
Segundo dados de 2005 do IBOPE [1] [2], no Brasil o analfabetismo funcional atinge cerca de 68% da população (30% no nível 1 e 38% no nível 2). Somados esses 68% de analfabetos funcionais com os 7% da população que é totalmente analfabeta, resulta que 75% da população não possui o domínio pleno da leitura, da escrita e das operações matemáticas, ou seja, apenas 1 de cada 4 brasileiros (25% da população) são plenamente alfabetizadas, isto é, estão no nível 3 de alfabetização funcional.
Esses índices tão altos de analfabetismo funcional no Brasil devem-se à baixa qualidade dos sistemas de ensino (tanto público, quanto privado), ao baixo salário dos professores, à desvalorização e desmotivação dos professores, à progressão continuada (ou aprovação automática), à falta de infraestrutura das instituições de ensino (principalmente as públicas) e à falta de hábito e interesse de leitura do brasileiro. Em alguns países desenvolvidos e/ou com um sistema educacional mais eficiente, esse índice é inferior a 10%, como na Suécia, por exemplo.